Pular para o conteúdo principal

Revelações tolas de um coração(1999)

Desculpe-me
Não tenho sido um bom coração
Acontece que minha dor também não tem sido em vão...
O sorriso que impedi aflorar em seu rosto...
Não foi por gosto

Desculpe-me
Revelações tolas de um coração
Acontece que preciso contar pra alguém
A razão me abandonou...
Na memória um sorriso
Uma história
Não há lágrima que eu quisesse derramar
Não há atitude que eu tomei sem sentir dor
Parece mesquinho, mas fiz tudo por amor.
E hoje vejo que errei ao me apaixonar
Errei ao amar.
Sei bem que não sou coração querido
Sou coração sozinho...

Minha mente estranha
Roga por um minuto de paz
Meu coração se contorce
E distorce a verdade de seu ser irreal.

Desculpe-me se não fui exatamente
O coração de seus sonhos
Que só agia e batia
Conforme a lógica pedia

Desculpe-me se perdi o controle
No auge da luta
No fogo do amor

Desculpe-me se meus atos não são tão fortes
Quanto as vontades
Que me impulsionam para o fim e para o êxtase
Sei bem que não fui nem suficiente
Sou dependente de um coração, para você, doente
Coração que como eu sente
Mas você? Você não entende!

Desculpe-me se bati muito apressado
Ao encontrar aquele olhar de lado.
Desculpe-me se não sou uma pedra fria como a máscara que usa.
Desculpe-me se não consigo voltar a ser
Ou me tornar
Rocha fria que nem amor sentiu
Para me aceitar
Sou assim como sou...

Comentários

Mais Vistas

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...

O Brasil não tem cultura?

Ouvimos isso o tempo todo. Fruto de um velho e cansado complexo de vira-latas, essa ideia de que somos um país menor, sem arte, sem cinema, sem grandeza. Como se o Brasil não tivesse sua própria voz, como se nossa cultura fosse apenas um reflexo pálido de outras, sem brilho próprio. Mas basta olhar com atenção para ver: o Brasil não apenas tem cultura, o Brasil É cultura. Se não tivéssemos cinema, O Pagador de Promessas não teria cruzado o mundo com sua fé e tragédia, conquistando Cannes. Cidade de Deus não teria feito a indústria cinematográfica mundial tremer diante de sua estética feroz. Central do Brasil não teria levado nossa alma para a tela, emocionando o Oscar e eternizando Fernanda Montenegro como uma das maiores atrizes da história. Se não tivéssemos música, João Gilberto não teria reinventado o tempo com sua bossa, Cartola não teria pintado nossa tristeza com poesia, o funk não teria feito o mundo abaixar até o chão. Se não tivéssemos literatura, Machado não teria dissecado ...

Amor de domingo

É gostoso ser desejada, claro que é.  Ter gente te querendo, te olhando como se você fosse mágica em forma de mulher. Tem seu charme a liberdade, o frio na barriga de conhecer alguém novo, as noites imprevisíveis. Mas, no fundo, o que eu queria mesmo… era um amor de domingo. Porque o amor de domingo é diferente. Pro amor de domingo eu não preciso de salto alto e batom vermelho — só a camiseta dele e os pés descalços. Amor de domingo não precisa de cenário: o sofá bagunçado, a pia com duas xícaras e o cheiro de café com bolo já bastam. O amor de sábado é puro fogo. Ele invade. Ele te vira do avesso. É risada alta em bar lotado, é pele na pele, é desejo que não espera. O amor de sábado é suor, vinho derramado, sexo com urgência. Ele não pergunta se pode entrar — ele arromba a porta. Mas o amor de domingo... ah, o amor de domingo bate na porta e traz pão quentinho. Ele te olha com calma, escuta cada detalhe bobo do seu dia e ri junto de coisas que nem têm tanta graça assim. Ele te ama...