Na minha cama mora um caos delicioso. Uma desordem viva, pulsante, que não segue manual nem protocolo: e ainda bem. As cobertas jogadas pelo chão carregam o rastro do que fomos: urgentes, famintos, desobedientes. O cheiro quente do quarto denuncia o que a boca não confessa. As risadas ainda vibram no ar como se tivessem sido presas nas paredes. E os corpos… ah, os corpos. Eles se encontram como quem volta pra casa depois de anos perdida. Se enroscam, se provocam, se reconhecem na pele, no toque, no ritmo descompassado da respiração. Tem suor escorrendo, tem cansaço bom que pesa nos músculos, tem aquela exaustão que só existe quando dois mundos colidem sem medo de deixar marca. E depois da explosão, vem o silêncio. Aquele silêncio que não é vazio, é cheio. Cheio de respirações curtas, pensamentos bagunçados, corações desalinhados e vozes internas que sussurram verdades que não ousamos dizer em voz alta . Porque a minha cama é isso: um campo de batalha e um refúgio, um caos e um ninho, u...
🖤Transformando o limão mais amargo em algo parecido com uma limonada. Quando adolescente eu escrevia um diário em um caderno de capa amarela... o meu bote salva-vidas…🖤