É tão engraçado quando você conhece alguém com quem quer falar o tempo todo. Parece que tudo pode virar pauta, piada, filosofia.
Ontem eu dormi escutando o Ministro Flávio Dino dando seu voto, mas a verdade é que eu queria ter dormido, de novo, com a sua voz, contando qualquer coisa que minha mente nem ouvia mais... só sentia. Eu confesso: estou assustada. Eu não queria e não esperava... nem as horas de conversa que me atravessam e depois se perdem sem eu conseguir destrinchar, nem o sexo que me rouba a alma e o ar.
Eu não sei o que estamos fazendo. É estranho não querer me comprometer com nada e, ao mesmo tempo, querer tanto me enroscar em você. Há quem diga que estou com medo, há quem diga que estou fugindo. Eu não me sinto assim, mas também não sei dizer o que é que estamos construindo. Só sei que com você o tempo para, gira de outro jeito... Minha ansiedade, minha velha mania de querer fugir, simplesmente desaparecem, e eu só quero ficar. Ficar sentindo suas mãos no meu corpo, ouvindo sua voz balbuciando qualquer coisa.
Esse querer ficar, calmo, tranquilo, pacífico, é muito mais do que alguém conseguiu arrancar de mim nos últimos tempos... mas ao mesmo tempo, é muito menos do que você parece merecer e, talvez, até esperar.
Você é tipo um amor de domingo: um tempo que corre mais devagar, uma paz inesperada no meio do caos da semana.
Eu gosto da velocidade em que estamos indo, mas ela tira de mim o controle. Você diz: desacelera, e eu perco toda a minha urgência. Você diz: vem. E nada, nada faz tanto sentido. Mas eu ainda sinto que não está na hora, apesar de querer toda hora... de querer sempre mais. E esse querer mais me confunde.
No fundo, talvez seja isso: eu não sei se estou fugindo ou se estou me jogando, não sei se corro perigo ou se encontrei abrigo. Mas sei que, por enquanto, é aqui que eu quero estar.

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