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Mostrando postagens com o rótulo luto

Arco-íris (02/11/25)

Há um instante depois da tormenta em que o mundo respira fundo, e tudo parece suspenso nem tristeza, nem alívio, só o eco do que foi levado. A chuva ainda cai, fina, quase tímida, mas já há luz atravessando as frestas, uma claridade que não pede licença, invade o cinza e o transforma em cor. O arco se ergue no céu como lembrança, um gesto de reconciliação entre o que fica e o que parte. É a despedida que sorri, a ausência que se pinta de presença. Há beleza nessa contradição a luz precisa da sombra para existir, a cor nasce do que se desfaz, e o milagre é breve, como tudo que vale. Às vezes olho pro alto e penso: talvez o amor seja isso, uma luz que ainda atravessa a chuva, mesmo quando o sol já se foi. E nesse instante tão pequeno, tão imenso meu mundo parece inteiro de novo, como se do céu você encontrasse um jeito de me amar.

Luto e amor: dá pra caber os dois? (03/01/2025)

Luto é uma daquelas palavras que carregam peso demais pra caber num único significado. Quem já perdeu alguém sabe: não existe “seguir em frente”, como as pessoas gostam de dizer. Existe, no máximo, seguir . Com a saudade sentada ao lado, quieta, mas sempre ali. Se escondendo nas músicas, nas lembranças, nas coisas simples do dia… até nas novas experiências, que seriam ainda mais bonitas se aquela pessoa estivesse aqui. Mas chega uma hora em que o coração cansa de caminhar sozinho. Cansa de andar à deriva, só com a saudade fazendo companhia. E começa a desejar outro passo ao lado — um novo compasso, um novo desenho, uma nova história. É aí que o luto bagunça tudo. Porque como é que se abre espaço pra alguém novo, quando o amor antigo ainda mora dentro? Como é que se permite sentir, sem achar que está traindo uma memória? O mundo adora soltar conselhos prontos — e inúteis. “Segue o coração”, dizem. Como se fosse simples. Mas ninguém fala que, às vezes, o coração está em guerra. Metade pr...

16/02/25

 

Ao redor do luto…

Dizem que o luto não acaba, a vida é que cresce ao redor dele. É como se fosse uma raiz invisível: está sempre ali, firme, silenciosa, mas a gente aprende a florescer mesmo assim. Hoje vi uma foto do Rafa, Duda e eu. A gente era tão lindo junto… sabe aquela família que combina? Os sorrisos, a mão dele na minha cintura. Ela na nossa frente… Como se a vida tivesse congelado em um instante perfeito. Às vezes eu me pego olhando essas fotos e pensando: será que a gente sabia, naquele momento, o quanto era feliz? Ou a gente só descobre depois, quando já não dá pra voltar? Outro dia olhei a primavera aqui de casa. Ela tava tão pequena quando ele se foi… hoje tá enorme. A amoreira nem dava amoras, e eu ainda não tinha plantado as paineras ou a jabuticabeira. E cada planta aqui carrega um pedaço da nossa história: algumas ele conheceu, outras só eu e a Duda vimos crescer. A natureza é uma testemunha do tempo — cresce sem pedir licença, mesmo quando a gente sente que ficou parada no mesmo ponto ...

Apesar (26/06/25)

O tempo passa tão rápido... Que eu sinto medo de olhar pra trás E simplesmente não conseguir voltar. Me reviro na cama buscando esquecer. Tentando não reviver cada beijo. cada promessa que ainda arde. Arrancar do peito tudo que aconteceu. Mas meu travesseiro sabe de tudo. Com ele não há segredos. Conhece meus medos, meus disfarces e defeitos, Minhas máscaras caídas, minhas lágrimas sofridas. Com ele, sou só eu. Sem jogos. Sem esconderijos. E o tempo corre com uma pressa que assusta — e olhar pra trás às vezes dá mais vertigem do que saudade. Podem pensar que sou triste. Mas não sou. Sou feliz. Mesmo com partes de mim ainda morando no ontem. Mesmo que nem tudo tenha seguido comigo. Eu sigo. Inteira. Apesar.

O Novo Amor e o Luto

O luto é uma montanha-russa emocional que não avisa a próxima curva. A gente não supera; a gente tenta coexistir. E muitas vezes, mesmo com o coração pulsando de saudade e memórias, é impossível escapar do peso das expectativas alheias: "Você precisa seguir em frente", eles dizem. Mas o que é seguir em frente quando cada esquina do mundo sussurra o nome do Rafael? Eu sinto falta dele, das risadas, dos defeitos, até das pequenas chatices que eram só dele. Sinto falta do beijo de manhã, da alegria com o Natal. E sinto a ausência até onde ele nunca esteve – como na represa de Furnas, onde eu não pude deixar de pensar: Rafa ia amar esse lugar. Ele está em tudo, até nas músicas que ele nunca ouviu, fazendo parecer que ele nunca realmente foi embora. Mas, ao mesmo tempo, ele foi. E aí vem o dilema. Amar de novo. Como? Como abrir espaço para outra pessoa sem sentir que estou diminuindo o espaço do Rafael? Como não deixar que o medo de parecer ingrata ou desleal para ele, ou até para...

Celebrar você, florescer em mim (27/04/25)

Hoje seria seu aniversário de 43 anos. Já é o quarto aniversário sem você. Tenho a sensação de que está ficando mais leve — não que não doa, mas é como se eu tivesse me acostumado. E é difícil se acostumar com algo tão ruim. Talvez a beleza da vida esteja justamente nisso: nos acostumamos com absolutamente tudo, até com a ausência mais cruel e dolorosa. Eu chorei hoje. Ainda choro quando olho suas fotos, quando escuto seus áudios e ouço sua voz. Pensar que nunca mais sentirei o calor da sua pele, o gosto do seu beijo, o seu cheiro... parte de mim se quebra de novo cada vez que penso nisso. Talvez seja isso que aconteça com o tempo: a gente não esquece, não supera. A ausência continua ali — latente, dolorosa — mas não grita mais. Ou talvez nossos ouvidos tenham se acostumado ao som estridente dos grunhidos da saudade, do mesmo jeito que nossos olhos se acostumam com a ponta do nosso próprio nariz: sem ver, mas sentindo. Hoje vi uma foto sua. Seu olhar estava tão doce... um sorriso de sa...

Quando o amor não volta (12/04/2025)

Tem dias que a saudade dói tanto que parece física. Dói no peito, dói na pele, dói até na respiração. E nesses últimos dias… doeu. E ainda tá doendo. Porque a única certeza que eu tenho é que ele não chega mais. E mesmo assim, eu sigo esperando. Todo dia. Como quem espera um milagre que não vem. Não tem mais beijo de bom dia. Não tem mais ele me irritando pra tirar o sapato quando chega. Não tem mais ele me esperando voltar do trabalho, perguntando como foi meu dia com aquele olhar de quem, no fundo, só queria saber se eu tinha pensado nele. A ausência dele grita no silêncio da casa. No espaço vazio do sofá. Nos pratos a menos na pia. Nos planos que a gente fez e agora estão jogados num canto, como caixas de mudança que nunca vão ser abertas. Não tem mais a gente sonhando junto, e isso… isso mata um pouco mais a cada dia. E o mais cruel é que a vida segue. A gente ri, a gente brinca, a gente finge. Mas em tudo o que eu vivo agora, tem um pensamento que não me larga: “Ele ia amar isso. ...

Às vezes, a gente quebra quando pode quebrar

Passei anos segurando as pontas. Fiz o que precisava ser feito, aguentei firme, ajeitei minha vida, dei conta de tudo. E agora que as coisas estão finalmente no lugar, minha saúde resolveu desmoronar. Exames normais, médicos sem respostas, e um corpo que parece estar gritando. Mas por quê? Meu irmão disse uma coisa que ficou martelando na minha cabeça: “Às vezes, a gente quebra quando pode quebrar.” E faz sentido. A vida não te dá tempo pra adoecer quando você está no meio da tempestade. Você se mantém de pé porque precisa. E quando, enfim, as águas se acalmam, vem o acerto de contas. O corpo lembra o que a mente tentou esquecer. Isso me fez pensar em quantas vezes a gente se empurra além do limite. Em quantas pessoas vivem assim, na resistência, sem nem perceber que estão adiando a própria pausa. Eu faço terapia, me cuido, e ainda assim, meu corpo está cobrando o preço. E quem não tem esse suporte? Quem luta sozinho? Se tem algo que essa fase me ensinou é que a gente precisa aprender ...

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...

Depois do Felizes para Sempre (23/01/2025)

Você é o riso que ainda escapa, O eco suave de um sonho que vive. A lembrança que aquece noites frias, O abraço que o vento insiste em trazer. Nosso felizes para sempre, Tão breve e tão eterno, Não teve todas as páginas que merecia, Mas cada linha foi escrita com o infinito. Hoje, olho para o céu e agradeço: Por você, por nós, pelo amor. Por tudo que foi e não seria, E pelo que, em silêncio, sempre será. Ninguém fala do depois, Mas é nele que a verdade se esconde. O depois é o que importa, É onde a saudade mora, E onde o amor nunca morre. O nosso depois foi intenso, Rápido como o fogo, Mas deixou em mim a brasa eterna De querer mais — sempre mais. E mesmo sem páginas para virar, Carrego cada palavra escrita. Você foi meu eterno em um instante, E eu ainda sinto o "para sempre" Em cada batida do meu coração.

Como continuar quando o tempo congela para quem amamos?

É estranho como o corpo sente antes da mente entender. Acordei no meio da madrugada, gripada, exausta, e antes mesmo de abrir os olhos, meu instinto me fez buscar o Rafael ao meu lado. O espaço vazio na cama pareceu mais frio do que nunca, mas como se entendesse o que eu precisava, meu gato se aproximou, silencioso, e encostou o rostinho na minha mão. Animais são anjos – e às vezes, eles sabem coisas que nem nós conseguimos processar. Talvez seja isso: meu corpo sabe que meu aniversário está chegando. Meu terceiro sem ele. O terceiro para mim, mas o quarto para todos os outros que o amavam. A mãe dele foi a primeira a sentir esse vazio, eu fui a última. A primeira e a última mulher da vida dele. É quase poético, se não fosse tão cruel. E tem mais. Ele sempre falou sobre os 40. Sonhava com essa idade, fazia planos, imaginava como seria. E agora sou eu que chego lá. Eu sigo, enquanto ele ficou para sempre nos 39. O tempo continuou, mas para ele, congelou. Como se eu tivesse ultrapassado ...

Entre o Céu e a Ausência (03/01/2025)

Tem dias que o amor é benção, E sua presença, mesmo na memória, Me envolve como brisa suave, Relembrando o toque da eternidade. Há dias em que sorrio, Por ter tido você em minha história, Por ter caminhado ao seu lado, Por ter conhecido o amor em sua forma mais pura. Mas há dias em que a saudade grita, Como um eco infinito no vazio do meu peito. A dor colossal de não te ver, De não te tocar, De não te ouvir, Me deixa à deriva no oceano do luto. Sinto falta do calor dos seus olhos, Da sua voz que acalmava tempestades, Do seu jeito que fazia o mundo parecer mais fácil. Agora, tudo parece tão frio, tão longe. Meu coração é uma terra dividida, Onde floresce a gratidão E sangra a ausência. Te amar foi um privilégio, Te perder, um abismo. Rafael, onde quer que esteja, Leve contigo meu amor eterno, Minha saudade infinita. E quando a dor for insuportável, Que eu encontre força na lembrança De que, um dia, nos pertencemos.

Mãos Cheias de Saudade (28/12/2024)

Hoje, eu escrevo com o coração em pedaços e as mãos cheias de saudade. São 11 anos desde o dia em que dissemos “sim” um ao outro. Onze anos de um casamento que prometia ser o início de um felizes para sempre . Mas a nossa história foi interrompida. De forma abrupta, cruel, sem sentido. E por mais que eu tente, nunca vou entender.  Rafael, se você estivesse aqui, estaríamos celebrando hoje. Eu consigo imaginar o seu sorriso, aquele meio torto, safado, que me fazia rir sem esforço. A gente abriria uma garrafa de vinho, brindaria aos nossos sonhos e provavelmente discutiríamos sobre as reformas da casa que ainda não terminamos. Você amava planejar, sonhar grande – nossos 90 anos estavam desenhados nas longas caminhadas que fazíamos pra sonhar com o mundo todo que queríamos conhecer.  Mas aqui estou eu, com as mãos vazias, segurando todos os planos que não aconteceram. De olhos fechados vendo o seu olhar, seus gestos e ouvindo a sua risada barulhenta.  O amor que você deixou ...

A Saudade é a Mais Bela Homenagem

Eu não gosto da ideia de um dia para lembrar dos mortos, até porque não vejo a morte como um ponto final, mas sim como uma vírgula em uma história que atravessa planos. Para mim, o Dia de Finados sempre foi uma data estranha, quase protocolar, um lembrete público de algo tão íntimo que se torna difícil de compartilhar. Porque quem já amou de forma profunda e verdadeira, sabe que a ausência não precisa de uma data marcada: ela é a sombra silenciosa que caminha ao nosso lado todos os dias. A morte chega sem pedir licença, interrompe conversas, apaga sorrisos e enche de ecos os cantos que um dia transbordaram de vida. É como um vento forte que nos desfolha, nos arranca pedaços e leva para longe. Mas, por mais devastadora que seja, é na falta que encontramos a força de reconhecer o que foi extraordinário. Por que, afinal, a falta é a confirmação de que algo verdadeiro existiu. Só sente o vazio quem teve a sorte de se encher de histórias, de risos compartilhados, de aprendizados que hoje m...

Ressignificar

  Ressignificar a dor é uma jornada íntima e transformadora. Muitos se perguntam o que fazer com as aflições que carregam, e a resposta que encontrei reside na arte da metamorfose pessoal. Ao escrever, dou voz aos meus sofrimentos, transmutando-os em versos e rimas. Essa alquimia de palavras torna minha dor não apenas compreensível, mas também suportável.   É assim que atravesso tempestades, colocando cada fragmento de angústia em letras, convertendo o tormento em beleza melancólica e renovada. Transformando toda a dor em algo bonito, ainda que triste, algo novo, ainda que doloroso. Mas transformando em algo: Resignificando. Refletia sobre isso hoje: como podemos reaproveitar, reciclar e reutilizar a dor? Existe um temor generalizado em sentir, uma crença equivocada de que superar é sinônimo de anestesiar o coração. No entanto, sentir a dor é um ato de bravura. Encarar o medo e a dor de frente, transformando-os em arte, em palavras, ou em algo que possa ser vivenciado, experie...

Eu Nasci e Morri em Janeiro (2023)

Janeiro, um mês que marca tanto um início quanto um fim. Foi neste mês que eu vi a luz do mundo pela primeira vez e que enfrentei a dor silenciosa de perder meu melhor amigo. Esse é, para mim, um mês intenso e transformador. Que reforça o vazio, mas também os ensinamentos e lembranças que me fortalecem. Com janeiro aprendi a agradecer cada momento, seja ele alegre ou doloroso. Cada riso compartilhado, cada lágrima derramada, cada dificuldade superada.  A vida, com suas reviravoltas, é uma mestra silenciosa que nos molda através de cada experiência. Ao lembrar que só não envelhece, quem na juventude se despede, honro quem sou com as marcas que a vida me concede. Essas marcas são símbolos da resistência, aprendizado e força que carrego comigo. Elas representam a minha jornada, uma história que continuo a escrever a cada novo amanhecer. Em janeiro reflito sobre o caminho percorrido e me abro para o que está por vir.  Com esperança renovada, aceito os desafios do amanhã, abraçando...

O Amor Que Permanece na Falta

Hoje, completamos 10 anos de casados. Pelo menos, completaríamos se você ainda estivesse aqui. O plano era uma viagem, uma renovação de votos, mas a vida nos desviou desse caminho. O plano acabou, e o que restou foi essa saudade imensa, uma falta que parece nunca ter fim. Eu sinto tanta falta de nós dois, de quem éramos juntos. A química entre nós era explosiva. Eu te olhava e sentia meu coração sair pela boca, como se o mundo inteiro desaparecesse ao nosso redor. Sinto falta das suas mãos fortes, da sua gargalhada alta, do seu abraço que me aquecia e me fazia sentir segura. E a cama... agora parece tão vazia, tão grande. Você preenchia todos os espaços. A sua energia logo cedo, os banhos infinitos e as conversas que duravam horas — tudo isso agora são apenas lembranças. Quando você se foi, um pedaço de mim quebrou. Meu coração se esvaziou, e minha vida, de alguma forma, se partiu. Eu me esforço para continuar, me seguro em tudo que posso, mas a dor e o medo, eles ainda estão aqui, sem...

23 vezes esse maldito dia 23

Há 23 meses Esse maldito dia 23 Reverberando 23 vezes  Aquele domingo, 23. A cada 23 vou ficando calejada, Mas nunca acostumada. Cada dia 23 parece que é 23 vezes pior Revivendo 23 vezes aquele domingo de sol. E eu vou multiplicando por 23 as dores, Por 23 os nunca mais, Por 23 os anos que não acontecerão jamais. 23 memórias guardadas em cada canto, 23 sorrisos agora transformados em pranto, A cada 23, a falta se faz mais sentida, 23 abraços que se perdem na vida. 23 sonhos que se desfazem no ar, 23 palavras que não consigo mais falar, Em cada 23, uma lágrima a rolar, Por 23 vezes, tentando a dor suportar. 23 promessas sussurradas ao vento, 23 momentos levados pelo tempo, A cada dia 23, o amor permanece, Por 23 vezes, a saudade me enlouquece. 23 estrelas brilhando no céu a lembrar, De 23 beijos que não posso mais dar, Cada 23, um ciclo de dor e amor, 23 vezes lembrando do seu calor. 23 lágrimas,  23 risos,  23 meses,  23 mitos. Em cada 23, 23 faltas do seu olhar, E q...

Desencontros (2023)

  Passei em frente ao seu bar preferido Não resisti, entrei. Vi seus muitos amigos Cumprimentei. Observei a mesa Que sempre te abrigou Com o copo de cerveja Que você não tocou. Bebi em sua memória…  Em mais uma tentativa tortuosa Na esperança vã que a saudade levou… E teu assento continua vazio…  E você está longe…  Debaixo da terra de meus pés Em outro lugar Com outros olhos O Deus que arrebata, ressuscita O corpo que em declínio… não está mais aqui. E a luz deste teu olhar... Saí do teu bar Embriagada em dor Cerveja que tomei, você não tomou. Passei pelos caminhos que você indicou Olhei os rostos que você olhou Senti as dores que você sentiu Sorri para as bocas que você sorriu Toquei meus lábios, porque partiu? Sinto tanto o passado Que me parece tão distante O futuro tão incerto Hoje já não é pensamento constante. E finalmente passei pelos portões do paraíso Como você passou E te vi nascer com um sorriso Quando você chorou...