Desde a hora em que acordei, rolo de um lado pro outro na cama. Inquieta. Procurando o calor que estava aqui e não está mais mas deixou marca em tudo. No ar que me falta, lembrando das suas mãos. Na voz que surge, de repente, dentro da minha cabeça, dizendo: “eu tive uma ideia.” E eu rio, sozinha não pelo que você disse, mas como disse e o que significa. Porque às vezes é isso que a saudade faz: não devolve a pessoa, mas devolve o gesto, o tom, o jeito. O lençol ainda guarda o desenho do seu corpo, como se o tecido tivesse aprendido o contorno da sua ausência. E eu, tonta, continuo procurando o que sei que não está mas que ficou em mim de algum outro jeito. Você é vício. É urgência. É calma. Um contrassenso que me desorganiza e me centra ao mesmo tempo. Me quebra e me conserta… tantas vezes… que já nem consigo contar. Talvez amar seja isso: aceitar ser ruína e reconstrução no mesmo abraço. Entender que algumas presenças, mesmo quando partem, ficam...
🖤Transformando o limão mais amargo em algo parecido com uma limonada. Quando adolescente eu escrevia um diário em um caderno de capa amarela... o meu bote salva-vidas…🖤