Pular para o conteúdo principal

Tempo demais (2024)

 


Olhos fechados

Ainda sonolenta

Me estiquei e toquei seu travesseiro

2 anos e eu ainda te procuro sem encontrar

É assim toda manhã 

Meu corpo busca o teu e eu acordo sempre com o mesmo tapa na cara: você não está aqui.

É estranho eu ainda esperar você voltar? 

Mesmo sabendo que não vai

Mesmo sabendo que não pode.

E nessa loucura o paradoxo temporal

Faz tanto tempo que não te vejo 

E ainda parece que foi ontem que eu te perdi naquela curva

O desejo de viver mais 80 anos

Perdido na estrada do destino 

Faz tempo que já não sinto seu cheiro

Ele sumiu das suas roupas e não adianta renovar o perfume

Falta o seu suor para deixar perfeito o aroma

Aquele aroma inconfundível de você 

Eu amo tanto que dói 

E mesmo com toda fé do mundo

É inevitável me sentir sozinha

É impossível fugir desse pedaço que falta

E mesmo que eu sorria e viva

E mesmo que eu vibre

E mesmo que eu me encante

No meio da festa eu sempre vou olhar ao redor

Procurando o olhar conhecido 

Esperando ouvir a voz grossa

Sonhando com o abraço apertado

Pq no meio de cada sorriso sempre terá a lágrima da saudade

No dia mais vibrante, sempre haverá o silêncio da falta 

Durante o maior encantamento sempre haverá a certeza de não ser suficiente

Pq nunca mais vou levantar o olhar e encontrar o teu me esperando

E nunca mais é tempo demais



Comentários

Mais Vistas

Só um minuto (05/2025)

Queria pedir, sem alarde: Mundo, para. Só um minuto. Desliga os alertas, os prazos, os sons. Esquece os boletos, as mensagens não respondidas, os “tem que”. Só um minuto. Pra eu sentar. Respirar. Sentir meu próprio corpo sem correria. Ouvir meu pensamento sem ruído. Ficar quieta — sem culpa. Porque tem dias que viver parece atravessar correnteza. E tudo em mim grita por ar. Por pausa. Por um intervalo entre o caos e o próximo compromisso. Então, por favor... Mundo, só um minuto. Eu prometo que volto. Mais inteira. Mais eu.

Ep. 3 - Insistir é coragem ou é se perder?

POD Ficar Só Entre Nós? Há uma linha tênue entre coragem e teimosia, entre lutar por algo que vale a pena e se perder no abismo de uma relação sem reciprocidade. E quem nunca se perguntou: será que estou me expondo demais? Será que estou insistindo demais? Afinal, até onde vai a linha da autenticidade, e onde começa o terreno perigoso de se entregar sem retorno? Falam tanto sobre vulnerabilidade, como se fosse algo lindo, um ato heroico. E é. Mas ninguém avisa o que fazer quando a vulnerabilidade encontra o vazio, quando as palavras que deveriam acolher o que você sente simplesmente não chegam. Como lidar com a coragem de se abrir, sabendo que o risco é se despedaçar? E mais: como reunir os cacos quando isso acontece? A verdade é que ser autêntica é um ato revolucionário . Mostrar quem somos, o que sentimos, é desarmar-se num mundo onde todos estão com os escudos levantados. Mas ser autêntica não é despejar tudo de uma vez, nem se obrigar a ser transparente com quem não merece. Ser au...

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...