Pular para o conteúdo principal

Quando Baixar a Guarda?


É engraçado... Vivemos em um mundo que nos ensina a sermos fortes, seguras, impenetráveis. Mas, em algum momento, surge aquela sensação sutil, aquele brilho no olhar de alguém que nos faz perguntar: “Será que chegou a hora de me permitir sentir?”

O problema é que baixar a guarda exige mais do que coragem. Exige confiança — não só no outro, mas em nós mesmas. A confiança de que, mesmo que as coisas não saiam como o planejado, estaremos bem. Mas quem é que consegue ter tanta certeza assim? Não seria perfeito se a vida nos desse sinais claros, como uma placa dizendo "É seguro entrar"? Infelizmente, não é assim que funciona. A gente tem que escolher, mesmo com os pés no escuro, e torcer para que o salto valha a pena.

E é aí que tudo complica. Dedicamos nosso tempo, nossa energia, e, às vezes, até nossas esperanças. Será que ele vale o esforço? Será que essa história vai ser diferente das outras? Bem, o tempo é nosso bem mais precioso, e saber onde investir é um desafio. Talvez a questão não seja se ele ou essa relação vai valer a pena, mas sim se você está disposta a descobrir.

Afinal, quem disse que o caminho certo é sempre o que garante felicidade eterna? Às vezes, o que importa é a jornada — o que aprendemos, o que sentimos e como crescemos no processo. E, sinceramente, quem disse que precisamos de respostas definitivas?

Mas, ah... as dúvidas. Quando o coração hesita e a mente sussurra que talvez as coisas não deem certo, como saber se estamos nos protegendo ou nos sabotando? É complicado. Existe uma linha tênue entre autossabotagem e intuição. Será que estamos apenas evitando o risco de nos machucar de novo? Ou será que é aquele sexto sentido que já nos salvou tantas vezes nos alertando para não seguir em frente?

A verdade é que a resposta não está em um manual ou em um conselho pronto. Só você pode sentir a verdade dentro de si. E, ainda que seja assustador, existe uma beleza em navegar por esses momentos incertos. No fim das contas, não é sobre nunca errar ou evitar o sofrimento — é sobre confiar que, qualquer que seja o resultado, você vai sair mais forte e mais sábia.

Comentários

Postar um comentário

Fala comigo:

Mais Vistas

A falta de controle

Você já parou pra pensar como a vida muda seu curso em um segundo? Do mais absoluto NADA. Um instante antes você está dentro da rotina, acreditando que tem um roteiro em mãos, que sabe a próxima cena. E, de repente, sem aviso, sem preparação: BOOMM! Tudo se desfaz. Você precisa recomeçar, refazer, assimilar… do nada. Um acidente, um adeus, uma doença. Do nada. E é aí que a vida nos revela sua crueldade e sua beleza: ela não pede licença, não dá prévia, não negocia. Ela simplesmente acontece. E, ainda assim, a gente insiste em acreditar que tem controle… e sofre pela ausência dele, como se essa ausência fosse falha, quando na verdade é a regra do jogo. A falta de controle é a lembrança mais cruel e mais bela da existência. Cruel porque nos arranca a ilusão de sermos donos do tempo, dos outros, até de nós mesmos. Bela porque, ao despir-nos dessa ilusão, nos devolve a verdade mais antiga: tudo é instante.  Heráclito já dizia que “ninguém entra duas vezes no mesmo rio, porque as águas ...

Nuances (19/11/2025)

Era só um sopro. Um toque leve, quase tímido, desses que atravessam a pele sem pedir licença. Meu coração ainda andava devagar, como se estivesse tentando decifrar o que viria desse prelúdio doce, quente, que se instalou em mim sem pressa. Aos poucos, o ar mudou. A respiração ficou curta, o corpo começou a entender a linguagem secreta que só a gente fala. Cada centímetro virou gatilho, cada gesto virou centelha. E eu senti… o ritmo subindo como maré, a mente abrindo janelas, portas, mundos. Era informação demais, sensação demais, tudo vindo junto, sem ordem, sem lógica um caos delicioso, urgente, vivo. Como se eu fosse feita só de nervos expostos e desejo pulsando. Até que… de repente… o silêncio. Não um silêncio vazio. Um silêncio que acolhe. Um nada pleno, suspenso, onde a minha alma simplesmente se desprende do corpo e começa a dançar sobre nós. Ali, não tinha pensamento. Não tinha “eu”. Não tinha tempo. Só a explosão. O brilho. A entrega. O cheiro... o nosso cheiro invadindo o ar, ...

Nós (17/11/2025)

a gente é tão diferente e tão igual. Você é sistemático e organizado. Eu sou caótica e impulsiva. Você é contido e controlado. Eu sou uma explosão de fogo e vertigem. Mas a verdade é que dentro de você tem um vulcão,  um calor que cresce e queima tudo. Você é controverso, contraditório…  finge que não quer controlar, mas controla. Finge que não quer queimar e incendeia. E tem esse desejo secreto, nem tão secreto assim, pela minha rendição. E eu, que sempre fui escandalosa, dona de mim… me vejo sendo guiada, tomada, conduzida de um jeito que não me diminui me revela. É tão delicioso que assusta. Porque com você eu relaxo. Eu me rendo. Eu solto o peso do mundo sem culpa. Você me incendeia, me instiga, me tira da rota e ao mesmo tempo é brisa fresca. É clareza. É esse silêncio bom que abraça. É essa sensação de lar que eu achava que nunca mais ia sentir. E eu bagunço. Bagunço sua cama, sua rotina, sua vida meticulosamente dobrada. Te tiro do eixo, te faço sentir,  te faço pu...