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Pra não dizer que eu chorei (06/05/2025)

Foi como assistir a um truque barato de mágica:
Você estava aqui — inteiro, entregue, em festa.
E, no instante seguinte… poof!
Virou fumaça.

Nem bilhete.
Nem rodada final.
Só um “foi tudo lindo, mas preciso tentar de novo”.
(Com alguém que, até ontem, era um capítulo encerrado.)

E eu?
Fui o ensaio.
Fui o rascunho bem escrito que serviu de comparação.
A lembrança que talvez você vá negar até pra si mesmo,
porque brilha demais pra caber no script que você quer agora.

Me bloqueou.
Como quem tranca uma porta com medo de que o vento volte.
Como se sentir
fosse algo contagioso.
Perigoso.
Incurável.

Mas tudo bem.
Eu sou dessas memórias que não batem na porta —
entram pela rachadura.
E um dia, quando a vida estiver silenciosa demais,
vai lembrar do som da minha risada,
e não vai saber de onde veio.
Vai lembrar do cheiro, da paz,
e não vai saber de quem.

Mas eu saberei.
Porque eu estava lá.
Presente.
Viva.
Tão inteira, que talvez tenha sido demais…
pra quem só sabe lidar com metades.

Então vai.
Tenta.
Repete.
Volta pro ciclo que te consola.
Eu fico aqui, sem truques.
Só com a verdade.

E um gosto seco na boca.
De quem sentiu muito.
E ainda assim, não implorou por nada.

Pra não dizer que eu chorei… eu só fechei os olhos bem forte.
E deixei escorrer.
Continuei tomando meu café
como se nada em mim tivesse desmoronado.

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