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Ressaca de nós (03/05/2025)

Acordei com ressaca de nós.
Embriagada no que foi existir contigo por um dia.

Cada segundo: febre e paz.
Você me olhava e era como se soubesse.
Como se visse além da pele, da pose, do riso fácil.
Você me viu — e eu nem lembrava mais como era ser enxergada assim.
Tão inteira, tão sem pressa.
Foi como se algo em mim, esquecido, tivesse voltado a respirar.
Você me atravessou — urgente e gentil
e isso rasgou minha alma.
como se abrisse um presente esperado.
E agora eu quero mais...

Ao seu lado, tudo silenciou.
O mundo, minhas urgências, minha defesa.
Era casa.
Era colo.
Era silêncio e som.
Era caos.

Desvendou meu espírito com conversa e toque.
Com as mãos que escorregavam pelas minhas coxas como se soubessem o caminho,
com os beijos plantados no meu pescoço como promessa de algo que viria - e me roubaria.

Você me fez querer —
sem medir, sem medo.
Querer teu beijo, tua presença, tua voz ecoando no escuro da sala.
Seu cheiro ficou em mim.
Não no corpo — na alma.

Como é que, em 18 horas, você virou terremoto?
Como é que mexeu nos meus alicerces,
se eu nem queria construir nada?

Não sei se foi tua gentileza,
teu riso que estoura no ar,
teu jeito de viver tudo como se fosse sempre verão.

Só sei que queria e quero mais.
Mais tempo.
Mais pele.
Mais do seu jeito vibrante e escandaloso de amar o mundo.
Mais destino.
Mais de você — sem data, sem fim.

Mas foi sonho.
Começou do nada.
E sumiu assim.
Como se nunca tivesse existido,
deixando tudo em mim diferente.

Agora, tô aqui.
Com essa saudade fresca,
com essa sede de mais,
com essa ressaca de nós —
que nem era,
mas foi.
Tanto.

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