Pular para o conteúdo principal

Eu odeio

Eu odeio roteiros onde o casal é lindo e feliz, mas, quando algo ruim está prestes a acontecer, um esconde do outro. Odeio quando as pessoas acreditam que proteger quem se ama envolve segredos e mentiras. Odeio quando os casais se subestimam ao ponto de não serem honestos entre si, e odeio que isso seja vendido em todos os filmes.

Pais que menosprezam os filhos. 

Casais que menosprezam os parceiros. 

Amigos que menosprezam os amigos. 

E no final, a mentira é pintada como uma forma de proteger quem se ama.


Mas, na verdade, isso é uma grande covardia. É uma forma de não lidar com as coisas. Esconder a verdade é uma maneira de evitar o confronto e a responsabilidade. É não acreditar no poder, na força e na capacidade de quem está ao seu lado. Mentir é subestimar a inteligência, a resiliência e a autonomia da outra pessoa. É assumir que a outra pessoa não tem a capacidade de lidar com a verdade, de tomar decisões informadas ou de enfrentar desafios.


Odeio tudo isso porque é uma forma desonesta e cruel de tirar do outro a ESCOLHA. No final, é exatamente isso: quando você mente para alguém, quando esconde algo de alguém, você rouba a escolha, o poder e a liberdade dessa pessoa. 


A honestidade é um ato de coragem e respeito, é reconhecer a dignidade do outro, é acreditar na capacidade dele de lidar com a verdade. Ser honesto é empoderador e libertador, tanto para quem fala quanto para quem ouve. A verdade, mesmo que dolorosa, é a base de relações autênticas e profundas.


A honestidade fortalece os laços, constrói confiança e honra a humanidade de quem está ao nosso lado. Mentir é uma forma de covardia, enquanto a verdade é um ato de amor verdadeiro e respeito genuíno. Porque, no fim, a honestidade é o que realmente nos liberta e nos permite construir relações verdadeiramente significativas.


A HONESTIDADE é a maior forma de respeito que podemos oferecer a alguém.

Comentários

Mais Vistas

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...

O Brasil não tem cultura?

Ouvimos isso o tempo todo. Fruto de um velho e cansado complexo de vira-latas, essa ideia de que somos um país menor, sem arte, sem cinema, sem grandeza. Como se o Brasil não tivesse sua própria voz, como se nossa cultura fosse apenas um reflexo pálido de outras, sem brilho próprio. Mas basta olhar com atenção para ver: o Brasil não apenas tem cultura, o Brasil É cultura. Se não tivéssemos cinema, O Pagador de Promessas não teria cruzado o mundo com sua fé e tragédia, conquistando Cannes. Cidade de Deus não teria feito a indústria cinematográfica mundial tremer diante de sua estética feroz. Central do Brasil não teria levado nossa alma para a tela, emocionando o Oscar e eternizando Fernanda Montenegro como uma das maiores atrizes da história. Se não tivéssemos música, João Gilberto não teria reinventado o tempo com sua bossa, Cartola não teria pintado nossa tristeza com poesia, o funk não teria feito o mundo abaixar até o chão. Se não tivéssemos literatura, Machado não teria dissecado ...

Ficar (2024)

Obrigada por escolher ficar Mesmo depois de invadir meu íntimo, E com coragem olhar meus olhos, Mesmo quando eles mostram o caos. Obrigada por ficar, Quando o meu pior se revela, E as falhas se erguem sem disfarce, Sem máscaras, sem filtros. Escolher ficar, É um ato de entrega, É um presente raro, É amor sem amarras. Sou intensa, eu sei, E talvez o meu ritmo seja alto, Talvez meu caos assuste, Obrigada por não tentar me conter. Me colocaram em caixas, Tentaram me limitar, Mas eu luto contra essas paredes, Grito que não posso me encaixar.  Obrigada por me escolher e me enxergar.   Mesmo sabendo a verdade: Que muitas vezes nem eu mesma fico. Nem eu conheço meus abismos, E nem sempre consigo ser minha própria escolha... E, no fundo, O que eu busco É alguém que veja o meu tudo E diga: "Eu fico." Então, obrigada por me olhar, Encarar meus lados sombrios, Me conhecer, E escolher ficar.