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Julgamentos

Hoje me veio uma reflexão, sabe? 
Sobre amigos, sobre estar, sobre presença.
A gente vive de forma tão insana... tão intensa... temos tantas coisas por resolver, tantos traumas e problemas... que as vezes a gente não é capaz de enxergar as pessoas a nossa volta, seus problemas, suas cicatrizes... 
Eu sou uma pessoa que me afundo demais em tudo que estou fazendo... e minha vida me consome demais... a de repente meus amigos estão enfrentando suas lutas e seus medos... e eu simplesmente não vi. 
Tenho aprendido muito sobre isso, sobre pessoas que enxergam pessoas. Que conseguem ver além de si mesmas. Porque verdade seja dita: todos estamos enfrentando problemas o tempo todo. Todo tipo de problema. Mas algumas pessoas são especiais: tem o dom de ver para além de si mesmas... para além de sus dores. 
Eu acho isso incrível e é um ponto de melhora que eu tenho como meta. 
Um norte cheio de exemplos que pretendo seguir. 
Agora, apesar disso, quero pedir um minuto de compreensão para aquelas pessoas que não são tão incríveis... nem tão sensíveis ou observadoras. As vezes, gosto de pensar que no mais das vezes... elas não são ruins. Só estão tão imersas nas suas dores e traumas que não conseguem erguer a cabeça. As vezes essas pessoas só estão se sentindo tão sozinhas e perdidas que não conseguem ver um caminho para mais ninguém... 
Podem chamar de passar pano... talvez eu esteja passando pano pra mim... (rsrsrs)... mas é que o mundo não é igual pra todos e eu tenho descoberto isso de maneiras incríveis. 
Alguns conseguem ver o mundo de forma mais otimista, outros mais pessimistas, outros oscilam entre o otimismo e o pessimismo... outros, de tão deprimidos que estão não conseguem sequer sentir mais nada.

E por que eu tô falando disso? 
Porque hoje eu ouvi um audio falando sobre pessoas cuidadoras, pessoas perfeccionistas e outros arquétipos... e também sobre os julgamentos...

A gente julga tanto as pessoas... sem saber exatamente a estrada que essa pessoa trilhou pra chegar até ali... a gente mede o tamanho da dor, o tamanho do amor, o tamanho da amizade, sem saber como essa pessoa está realmente... sem calçar os sapatos e trilhar o caminho de alguém não é possível julgar onde essa pessoa está, mas nós julgamos ainda assim. 

Nós julgamos sem dó... nós falamos mal, nós tiramos conclusões sobre o que essa pessoa pensa e sente. 

Sem estar dentro dessa pessoa, sem olhar pelos olhos dela... sem sentir as dores e as alegrias dela... 

Meu pedido aqui? Julgue menos. Ouça mais. 
Compreenda. 
De espaço. 
E muitas vezes: só esteja. 

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