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Mostrando postagens de maio, 2025

Ep. 4 - O cinza também é cor

Pode Ficar Só Entre Nós? Hoje eu quero falar com você… Que anda se sentindo velha, cansada, errada… Que olha pra sua vida e sente que o tempo corre rápido demais, que as cobranças são muitas, que os erros são imperdoáveis… E você tenta. Tenta tanto. Se inspeciona, se corrige, se culpa… E, mesmo assim, o erro passa — como aquele vento insistente, entrando pela fresta da janela que você esqueceu de tampar… Naquele segundo que você… pisca. E, claro, você se culpa, porque acha que não podia nem piscar. Eu sei. Eu sei porque… eu também sinto isso. E é exatamente aí que a gente erra mais: Quando acredita que não pode falhar. Quando esquece que viver é também falhar. Você não está velha. Nem burra. Nem complicada demais. Você está viva. E viver… cansa. Viver… pesa. Viver… às vezes é cinza. Mas o cinza não é ausência de cor… É só um convite. Pra desacelerar. Pra respirar. Pra se escutar… Hoje, eu só queria te lembrar disso: Que não precisa acertar o tempo todo. Que pode, sim, piscar. Que pode ...

Ep. 3 - Insistir é coragem ou é se perder?

POD Ficar Só Entre Nós? Há uma linha tênue entre coragem e teimosia, entre lutar por algo que vale a pena e se perder no abismo de uma relação sem reciprocidade. E quem nunca se perguntou: será que estou me expondo demais? Será que estou insistindo demais? Afinal, até onde vai a linha da autenticidade, e onde começa o terreno perigoso de se entregar sem retorno? Falam tanto sobre vulnerabilidade, como se fosse algo lindo, um ato heroico. E é. Mas ninguém avisa o que fazer quando a vulnerabilidade encontra o vazio, quando as palavras que deveriam acolher o que você sente simplesmente não chegam. Como lidar com a coragem de se abrir, sabendo que o risco é se despedaçar? E mais: como reunir os cacos quando isso acontece? A verdade é que ser autêntica é um ato revolucionário . Mostrar quem somos, o que sentimos, é desarmar-se num mundo onde todos estão com os escudos levantados. Mas ser autêntica não é despejar tudo de uma vez, nem se obrigar a ser transparente com quem não merece. Ser au...

Só um minuto (05/2025)

Queria pedir, sem alarde: Mundo, para. Só um minuto. Desliga os alertas, os prazos, os sons. Esquece os boletos, as mensagens não respondidas, os “tem que”. Só um minuto. Pra eu sentar. Respirar. Sentir meu próprio corpo sem correria. Ouvir meu pensamento sem ruído. Ficar quieta — sem culpa. Porque tem dias que viver parece atravessar correnteza. E tudo em mim grita por ar. Por pausa. Por um intervalo entre o caos e o próximo compromisso. Então, por favor... Mundo, só um minuto. Eu prometo que volto. Mais inteira. Mais eu.

Pra não dizer que eu chorei (06/05/2025)

Foi como assistir a um truque barato de mágica: Você estava aqui — inteiro, entregue, em festa. E, no instante seguinte… poof ! Virou fumaça. Nem bilhete. Nem rodada final. Só um “foi tudo lindo, mas preciso tentar de novo”. (Com alguém que, até ontem, era um capítulo encerrado.) E eu? Fui o ensaio. Fui o rascunho bem escrito que serviu de comparação. A lembrança que talvez você vá negar até pra si mesmo, porque brilha demais pra caber no script que você quer agora. Me bloqueou. Como quem tranca uma porta com medo de que o vento volte. Como se sentir fosse algo contagioso. Perigoso. Incurável. Mas tudo bem. Eu sou dessas memórias que não batem na porta — entram pela rachadura. E um dia, quando a vida estiver silenciosa demais, vai lembrar do som da minha risada, e não vai saber de onde veio. Vai lembrar do cheiro, da paz, e não vai saber de quem. Mas eu saberei. Porque eu estava lá. Presente. Viva. Tão inteira, que talvez tenha sido demais… pra quem só sabe lidar com metades. Então vai...

Ressaca de nós (03/05/2025)

Acordei com ressaca de nós. Embriagada no que foi existir contigo por um dia. Cada segundo: febre e paz. Você me olhava e era como se soubesse. Como se visse além da pele, da pose, do riso fácil. Você me viu — e eu nem lembrava mais como era ser enxergada assim. Tão inteira, tão sem pressa. Foi como se algo em mim, esquecido, tivesse voltado a respirar. Você me atravessou — urgente e gentil e isso rasgou minha alma. como se abrisse um presente esperado. E agora eu quero mais... Ao seu lado, tudo silenciou. O mundo, minhas urgências, minha defesa. Era casa. Era colo. Era silêncio e som. Era caos. Desvendou meu espírito com conversa e toque. Com as mãos que escorregavam pelas minhas coxas como se soubessem o caminho, com os beijos plantados no meu pescoço como promessa de algo que viria - e me roubaria. Você me fez querer — sem medir, sem medo. Querer teu beijo, tua presença, tua voz ecoando no escuro da sala. Seu cheiro ficou em mim. Não no corpo — na alma. Como é que, em 18 horas, ...