Pular para o conteúdo principal

A Dura Arte de Deixar Ir

"Agora não é um bom momento para mim…" Acabei de dizer essa frase e, de repente, parece que tudo mudou de lugar. A cabeça, confusa, tenta acompanhar o turbilhão de sentimentos, mas falha miseravelmente. Sabe aquele momento em que você sente que tudo está desmoronando, mas ao mesmo tempo, quer desesperadamente juntar os pedaços? Como se, por um milagre, pudesse reconstruir o que um dia foi perfeito, como se pudéssemos trazer de volta aqueles sorrisos tímidos, as pequenas alegrias que deixamos para trás.

Fico pensando: quando foi que deixamos de lado os momentos pequenos, aqueles tão simples, mas tão preciosos? Tão preocupados com as "grandes" coisas da vida, nos esquecemos de que a felicidade muitas vezes está nas entrelinhas, nos detalhes mais sutis. E aí, um dia, a gente acorda e se dá conta de que perdeu muito mais do que tempo… Perdemos conexões, emoções, partes de nós.

O que mudou? Será que fui eu? Será que o tempo passou mais rápido do que eu consegui acompanhar? A verdade é que hoje meu coração está tão apertado que mal consigo respirar. Essa sensação de perda, de ter deixado algo escorrer pelos dedos sem ao menos perceber, me assombra. Mas, ao mesmo tempo, fico me perguntando: será que vale a pena tentar reconstruir? Ou talvez seja hora de aceitar que algumas coisas, por mais dolorosas que sejam, pertencem ao passado?

O aperto no peito grita, mas o coração também sabe que não dá para voltar. Tudo tem o seu tempo. E talvez o segredo esteja em parar de tentar colar os cacos e começar a descobrir o que fazer com o espaço que eles deixaram.


"Será que perdemos tempo tentando recuperar o que já se foi, ou é o tempo que nos escapa enquanto nos perdemos no passado?"

Comentários

Mais Vistas

Desabafo... querido diário

Tá todo mundo me perguntando se eu tô bem hoje. E, no automático, eu respondo: tô bem. Bem… rsrs… o que é estar bem de verdade? Porque a sensação que eu tenho é que ninguém nunca está bem. A gente se acostuma com as pancadas da vida, com as inconstâncias da vida. A vida te dá e também te rouba, a vida faz florescer e morrer. E a gente se acostuma com esse movimento. Se isso for estar bem, compreender o vai e vem, eu tô bem. Não sei dizer se aprendi a lidar com a saudade. Não sei dizer se me acostumei ou se efetivamente cresci ao redor dela. Sinto que, nos últimos 30 dias, não faço nada além de sentir. Sentir profundamente a perda, sentir e lembrar. Até nisso você deu um jeito de ser intenso, não é? Me deixou 30 dias para lembrar e sofrer tudo de uma vez. Bom que consigo ser mais produtiva ao longo do ano… hahahaha… você entenderia essa piada. Dizem que a vida é nascer, casar e morrer … Em 30 dias, eu revivo esse ciclo inteiro, com as festas de final de ano no meio e toda a ausência qu...

Amor de domingo

É gostoso ser desejada, claro que é.  Ter gente te querendo, te olhando como se você fosse mágica em forma de mulher. Tem seu charme a liberdade, o frio na barriga de conhecer alguém novo, as noites imprevisíveis. Mas, no fundo, o que eu queria mesmo… era um amor de domingo. Porque o amor de domingo é diferente. Pro amor de domingo eu não preciso de salto alto e batom vermelho — só a camiseta dele e os pés descalços. Amor de domingo não precisa de cenário: o sofá bagunçado, a pia com duas xícaras e o cheiro de café com bolo já bastam. O amor de sábado é puro fogo. Ele invade. Ele te vira do avesso. É risada alta em bar lotado, é pele na pele, é desejo que não espera. O amor de sábado é suor, vinho derramado, sexo com urgência. Ele não pergunta se pode entrar — ele arromba a porta. Mas o amor de domingo... ah, o amor de domingo bate na porta e traz pão quentinho. Ele te olha com calma, escuta cada detalhe bobo do seu dia e ri junto de coisas que nem têm tanta graça assim. Ele te ama...

Pra não dizer que eu chorei (06/05/2025)

Foi como assistir a um truque barato de mágica: Você estava aqui — inteiro, entregue, em festa. E, no instante seguinte… poof ! Virou fumaça. Nem bilhete. Nem rodada final. Só um “foi tudo lindo, mas preciso tentar de novo”. (Com alguém que, até ontem, era um capítulo encerrado.) E eu? Fui o ensaio. Fui o rascunho bem escrito que serviu de comparação. A lembrança que talvez você vá negar até pra si mesmo, porque brilha demais pra caber no script que você quer agora. Me bloqueou. Como quem tranca uma porta com medo de que o vento volte. Como se sentir fosse algo contagioso. Perigoso. Incurável. Mas tudo bem. Eu sou dessas memórias que não batem na porta — entram pela rachadura. E um dia, quando a vida estiver silenciosa demais, vai lembrar do som da minha risada, e não vai saber de onde veio. Vai lembrar do cheiro, da paz, e não vai saber de quem. Mas eu saberei. Porque eu estava lá. Presente. Viva. Tão inteira, que talvez tenha sido demais… pra quem só sabe lidar com metades. Então vai...