Há uma linha tênue entre coragem e teimosia, entre lutar por algo que vale a pena e se perder no abismo de uma relação sem reciprocidade. E quem nunca se perguntou: será que estou me expondo demais? Será que estou insistindo demais? Afinal, até onde vai a linha da autenticidade, e onde começa o terreno perigoso de se entregar sem retorno?
Falam tanto sobre vulnerabilidade, como se fosse algo lindo, um ato heroico. E é. Mas ninguém avisa o que fazer quando a vulnerabilidade encontra o vazio, quando as palavras que deveriam acolher o que você sente simplesmente não chegam. Como lidar com a coragem de se abrir, sabendo que o risco é se despedaçar? E mais: como reunir os cacos quando isso acontece?
A verdade é que ser autêntica é um ato revolucionário. Mostrar quem somos, o que sentimos, é desarmar-se num mundo onde todos estão com os escudos levantados. Mas ser autêntica não é despejar tudo de uma vez, nem se obrigar a ser transparente com quem não merece. Ser autêntica é ouvir o eco do outro lado. Não é sobre gritar ao vazio, mas sobre encontrar um lugar onde sua vulnerabilidade seja respeitada e retribuída.
E aí vem a pergunta que todas fazemos, tarde da noite: como saber se estou insistindo demais? Você sabe. Sabe porque amor não é uma luta solitária. Porque, com a pessoa certa, as coisas fluem. Não significa que será fácil, mas significa que será mútuo. Amor não é um campo de batalha onde você luta até o esgotamento. Amor é uma dança. E para dançar, você precisa de outro par.
E o medo de rejeição? Ele é um visitante incômodo, mas necessário. Ele só existe porque nos importamos. E se rejeição vier, deixe que ela ensine. Ensine que não é o amor que dói — o que dói é insistir onde não há terra fértil. O que dói é acreditar que precisamos implorar por algo que deveria ser dado de coração aberto.
E você sabe, sempre sabe. A resposta a todas as suas perguntas está no cansaço. Está na energia que você coloca e no nada que recebe. Está na sensação de que você está tentando caber em um espaço que não foi feito para você. Insistir demais é quando, ao invés de construir algo juntos, você está sozinha tentando segurar um castelo de areia que desmorona.
A verdade é esta: não existe "mostra" errada para a pessoa certa. Mas para a pessoa errada, não importa o quanto você se mostre — nunca será suficiente. Então, mostre-se, sim, mas não se perca. Ame, mas antes de tudo, ame a si mesma. Porque no final, ser autêntica não é sobre convencer ninguém. É sobre lembrar que você é suficiente, e que a pessoa certa verá isso sem que você precise insistir.
Amar é coragem. Mas saber quando parar de lutar é sabedoria.
Se tá difícil... já sabe: tá errado!
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